Avaliações de risco e características dos pacientes atendidos em um centro de atenção psicossocial álcool e outras drogas, Sul do Brasil

Introdução: O número de pessoas que usam drogas aumentou 26% e estimativas sugerem um aumento de até 11% em 2030. O objetivo deste trabalho foi verificar os fatores de risco e as características dos indivíduos que relataram abuso de substâncias psicoativas e procuraram tratamento ambulatorial em Maringá, Sul do Brasil. Material e métodos: Estudo transversal desenvolvido num Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas, de abril de 2019 até março de 2022, com 1627 participantes. O risco relativo (RR) foi calculado por meio do programa Stata Software®, intervalo de confiança (IC) de 95% e significância para p<0.05, comparando os grupos expostos e não expostos ao uso de álcool e outras drogas. Resultados: O gênero masculino apresentou RR:1.053 (IC 1.001 – 1.107, p:0.047) para o uso de álcool. Os jovens com 18 a 20 anos, RR de 4.962 (IC 3.671 – 6.707, p<0.001) para o uso de cocaína, comparado com o extrato etário de 51 a 60 anos. Os idosos (≥ 60 anos) RR de 16.342 (IC 6.288 – 42.470, p<0.001) para o uso do álcool em relação aos com 18 a 20 anos. Os indivíduos com ensino superior RR de 2.453 (IC 1.985 – 3.032, p<0.001) para o uso de cocaína e RR de 1.717 (IC 1.274 – 2.315, p:0.004) para o uso de Cannabis, respectivamente aos com ensino 1ª a 4ª série. Pessoas morando com pais ou irmãos tiveram RR de 1.109 (IC 1.060 – 1.159, p:0.017) para o uso de Cannabis comparados aos constituindo nova família. Discussão: Os indivíduos até a terceira década de vida apresentaram risco aumentado para o uso de cocaína e os idosos para o uso de álcool. Maior escolaridade proporcionou risco aumentado para o uso de cocaína e de Cannabis. Pessoas morando com familiares tiveram maior risco para o consumo de Cannabis. Conclusão: Jovens, com maior grau de instrução, que moram com familiares estão mais expostos ao uso de drogas e idosos ao uso de álcool.