Comportamento epidemiológico da febre chikungunya em tempos da pandemia
Anais da XXVII Semana de Biomedicina Inovação e Ciência(2021)
Abstract
Introdução: A tripla epidemia causada pelos vírus da Dengue, Zika e Chikungunya, que são transmitidos por mosquitos do gênero Aedes representam uma ameaça ao sistema de saúde pública do Brasil. A febre Chikungunya apresenta-se amplamente distribuída no mundo e tem sua sintomatologia associada à artralgia, dores de cabeça e fadiga(1). Nos últimos anos, foi verificado um aumento exponencial de casos prováveis de febre Chikungunya no estado de Pernambuco, agravando-se durante o período da pandemia do Covid-19(2). Objetivos: Descrever a distribuição dos casos de Febre Chikungunya no estado de Pernambuco em comparação aos casos a nível nacional no contexto da pandemia da COVID-19. Métodos: Estudo descritivo com base nos dados secundários de casos prováveis de Febre Chikungunya apresentados nos boletins epidemiológicos sobre arboviroses fornecidos pelo Ministério da Saúde. O período de estudo foi durante os anos de 2018 a 2021. Os dados foram analisados por meio de ferramentas estatísticas descritivas. Resultados: No Brasil, foram registrados 366.024 casos prováveis de Febre Chikungunya entre os anos de 2018 e 2021, apresentando incidência média de 43,6 casos/100 mil habitantes. Já no estado de Pernambuco um total de 27.072 casos prováveis foram registrados no mesmo período, com incidência média de 70,6 casos/100 mil habitantes. Pernambuco vem apresentando, nos últimos três anos, um aumento exponencial no número de casos prováveis, tendo um aumento de 228% em 2021. Enquanto no cenário nacional mostrou que houve uma redução no número de casos prováveis em 2020 de 38% em relação a 2019, período precedente à pandemia. A possível mobilização das equipes de vigilância epidemiológicas estaduais que estavam voltadas ao enfrentamento de arboviroses para o controle da pandemia do Covid-19, pode estar diretamente relacionada à subnotificação dos casos de febre Chikungunya(3). Ademais, as recomendações sanitárias estabelecidas durante a pandemia, visando o distanciamento social, podem estar também associadas a redução da procura por atendimento em uma unidade de saúde. Isso é evidenciado pela diminuição dos casos a nível nacional. Dessa forma, a real situação epidemiológica em Pernambuco pode estar sendo mascarada. Conclusões: Observamos que houve uma possível subnotificação dos casos de febre Chikungunya no âmbito nacional associado à pandemia, e que a situação epidemiológica do estado de Pernambuco está sendo mascarada.
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