Impacto da estrutura de detenção na ocorrência de infecção por SARS-CoV-2 em jovens detentos

Considerando que a COVID-19 é uma doença respiratória transmitida por contato e os locais de encarceramento são um ambiente que impõe riscos adicionais para a disseminação viral, este estudo buscou identificar os casos de infecção por SARS-CoV-2 em unidades socioeducativas. Foi avaliada a soroprevalência de IgM e IgG contra o SARS-CoV-2 em trabalhadores e adolescentes confinados em cinco unidades socioeducativas. Adolescentes e trabalhadores testaram positivo para IgM (n = 8, cada), IgG (n = 26; n = 6) e ambos (n = 13; n = 6), com maior chance de detectar IgG (OR: 2,16, p = 0,03) e ambos (OR: 68,59, p <0,0001) em adolescentes que viviam em acomodação compartilhada (unidade 5) do que aqueles que viviam em quartos separados (unidades 1-4). O estudo evidenciou a prevalência de COVID-19 em uma comunidade socioeducativa, onde o tipo de moradia ocupada pelos indivíduos (cômodo simples x dormitório) foi o principal fator determinante da disseminação da doença. Mesmo adolescentes em confinamento apresentaram anticorpos para SARS-CoV-2.