Atividade antibacteriana de micropartículas de prata encapsuladas com méis de Apis mellifera e Scaptotrigona bipuncatata / Antibacterial activity of silver microparticles encapsulated with honeys from Apis mellifera and Scaptotrigona bipunctata

Mesmo ante a presença mundial de antibacterianos, complicações clínicas e veterinárias causados por bactérias multirresistentes requerem novas alternativas. Vários estudos atestam que o mel é um substrato de fácil uso no processo de síntese de nanopartículas de prata cujo uso não resulta em impurezas, uso que resulta em um arranjo de prata menos tóxico, e logo um de maior potencial clínico. Baseado na literatura presente, este estudo analisou a síntese de nanopartículas de prata usando duas amostras de mel através de diferentes protocolos como forma de comparar a morfologia e propriedades antibacterianas de doze tipos de microcompostos com nanopartículas de prata. As amostras de mel usadas foram coletadas do meliponario da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e da Unidade de Conservação Monte Sinai (Mauá da Serra-PR, Brasil); diluídas 50% (v/v) em água e esterilizadas por filtragem usando filtros de 0.22 ?m. Depois, as amostras de mel diluídas foram misturadas na proporção de 1:1 com uma solução de água contendo 5 mM de AgNO 3 e alíquotas foram separadas em diferentes tubos. O conteúdo de cada tubo foi submetido a um processo de síntese diferente: exposição à luz solar alcalinização até pH 5 ou alcalinização até pH 10. Após a síntese, amostras de cada tubo foram coletadas e submetidas a banho-maria a 60 o C por 30 minutos. O formato e tamanho das partículas de prata dentro dos microcompostos foram observadas por Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), que revelaram que todos os protocolos resultaram em micropartículas de prata de cujas médias de tamanho em relação ao método de síntese variaram dentre 100 e 150 ?m. A investigação quanto às propriedades antibacterianas foram feitas por meio ensaios de Concentração Inibitória Mínima (CIM), comparação de curvas de crescimento e morte e análise de alterações morfológicas em superfícies bacterianas após aplicação de tratamentos por MEV. Ensaios de CIM mostraram que as concentrações CIM variaram dentre 15.625 and 500 µM. Ademais, as curvas de crescimento e morte mostraram que Escherichia coli (bactéria Gram negativa) foi mais sensível aos tratamentos com os microcompostos que Staphylococcus aureus (bactéria Gram positiva) e que micropartículas produzidas por alcalinização até pH 10 possuem uma ação antibacteriana mais limitada. Imagens obtidas por MEV mostraram que bactérias E. coli expostas a micrcompostos de prata obtidos por luz solar ou basificação até pH 5 silver possuem danos em suas superfícies, o que n]ão é visto quando elas são tratadas com o microcomposto obtidos por basificação até pH 10. Em conclusão, os estudos realizados mostram o potential clínico de méis com micropartículas de prata na forma de micro compostos e a importância da futura otimização da síntese de micro compostos.